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Moderação

Sobre o nome

Jedaísmo carrega uma inspiração na Força, aquela mesma dos contos galácticos populares, que representa uma rede invisível de conexões, uma presença que permeia tudo, que atravessa matéria, energia, pensamento e vida. Ninguém sabe exatamente a natureza da força, mas todos acreditam nela, ou apenas a aceitam. O que se sabe é que não há vida sem forças.

No JAM, essa metáfora serve como ponto de partida para refletir sobre aquilo que se percebe como campo de interações, de relações, de padrões, de significados, de sentidos e de informações.

Agnóstico, no contexto jamista, descreve uma postura intelectual e existencial. Uma disposição para conviver com perguntas, com possibilidades abertas, com hipóteses provisórias. O agnóstico não se prende à obrigação de afirmar ou negar. Observa. Considera. Avalia. Escolhe, quando necessário, aquilo que serve, que explica, que organiza, que orienta.

Moderado representa o princípio mais fundamental dessa prática. Moderação como escolha, como método, como ética, como estética. Moderação no falar, no ouvir, no pensar, no decidir, no agir.

Sobre a força

No campo das ciências naturais, força corresponde a qualquer interação capaz de gerar movimento ou transformação. Isaac Newton descreve força como aquilo que altera o estado de movimento de um corpo. O Modelo Padrão da física identifica quatro forças fundamentais: gravidade, eletromagnetismo, força forte e força fraca. Cada uma mediada por partículas, cada uma com seu campo, sua influência, seu papel na estrutura do universo observável.

Essa definição funciona. Permite lançar satélites, construir pontes, entender estrelas, projetar usinas e fabricar celulares.

Ao mesmo tempo, há outro tipo de força que atravessa a vida cotidiana. Uma força que move escolhas, que organiza pensamentos, que estrutura relações, que estabelece significados. Essa força não se mede em newtons, nem se calcula com vetores. Ela se percebe no olhar, no gesto, na palavra, na memória, no desejo, na cultura, na arte, no silêncio, na história, no amor, na política, na economia e na espiritualidade.

O JAM observa essa força. Uma força que conecta, que estrutura, que orienta, que desorganiza e que reorganiza. Uma força presente nos símbolos, nos conceitos, nas tradições, nas teorias, nos ritos, nas linguagens e nas percepções.

Essa força talvez se manifeste em tudo que existe enquanto informação, enquanto relação, enquanto registro, enquanto possibilidade.

Sobre o agnosticismo

O agnosticismo jamista não corresponde à mera dúvida, nem à simples suspensão de juízo. Representa uma escolha ativa por uma postura aberta, receptiva, avaliativa e ponderada.

O jamiota observa. Considera. Reconhece. Avalia. Adota, quando oportuno. Respeita sempre.

Essa postura permite conviver com qualquer sistema de pensamento, com qualquer tradição, com qualquer crença, com qualquer formulação. Permite circular entre a física, a metafísica, a biologia, a teologia, a mitologia, a matemática, a história, a arte, a poesia e a mística, sem a necessidade de aderir integralmente a nenhuma, e sem a obrigação de rejeitar qualquer uma.

O agnosticismo, aqui, não se apresenta como muleta, nem como barreira, mas como portal. Um portal que se abre para a abundância de possibilidades que o existir oferece.

Sobre a moderação

Moderação não significa meio-termo, nem tibieza, nem hesitação. Moderação representa método. Uma prática constante de avaliar intensidade, pertinência, contexto e consequência.

Moderação no julgamento. Moderação na aceitação. Moderação no entusiasmo. Moderação na crítica. Moderação na formulação de teorias, de verdades, de certezas.

O jamiota cultiva moderação como princípio. Moderação no pensar, no falar, no decidir e no viver.

A proposta

O JAM oferece uma religião. Religião enquanto método para organizar sentidos, estruturar narrativas, oferecer referenciais e promover práticas de reflexão.

Essa religião não se ancora em promessas de salvação, nem em revelações absolutas, nem em dogmas fechados. Atua como ferramenta de ordenamento. Como heurística para transitar pelo universo complexo das informações, dos conceitos, das crenças e dos saberes.

O JAM convida ao exercício permanente de observar o que existe, de considerar tudo que já foi pensado, sentido, imaginado ou registrado, e de buscar, com moderação, as conexões que oferecem sentido, orientação e coerência.

Desse movimento surge, como necessidade, a construção de ferramentas conceituais próprias. Surgem, em momento posterior, categorias como nomus, eom, emaranhamento nomial e lato nomial.

Essas ferramentas surgem como modelos operacionais. Como tentativas de descrever, organizar e compreender o tecido do existir.